segunda-feira, 20 de maio de 2013

INSTRUMENTO DE PESQUISA


Disciplina: Seminário Integrado – Profª. Paula Severo

INSTRUMENTOS DE PESQUISA

1 ENTREVISTA: encontro entre duas pessoas com o intuito de uma delas obter informações da outra sobre um determinado assunto em estudo e/ou em pesquisa.

TIPOS DE ENTREVISTAS: variam de acordo com o propósito de quem faz a entrevista.
a. Padronizada ou estruturada: segue um roteiro previamente estabelecido.
b. Despadronizada ou desestrusturada: marcada pela liberdade do entrevistado para desenvolver cada situação em qualquer direção.
c. Painel: Consiste na repetição de perguntas, de tempo em tempo, às mesmas pessoas, a fim de estudar a evolução das opiniões em períodos curtos. Para evitar a distorção de respostas, formula-se de maneira diversa as perguntas.

POSSIBILIDADES
- Pode ser utilizada com todos os segmentos da população.
- Há maior flexibilidade: possibilidade de o entrevistador repetir ou esclarecer perguntas, formular de maneira diferente; especificar algum significado, como garantia de estar sendo compreendido.
- Permite diante das questões, o registro de reações, gestos...

LIMITAÇÕES
- Dificuldade de expressão e comunicação de ambas as partes.
- Incompreensão, por parte do informante, do significado das perguntas da pesquisa, que pode levar a uma falsa interpretação.
- Possibilidade de o entrevistado ser influenciado por parte do entrevistador por seus aspectos físicos, atitudes, idéias, opiniões...
- Retenção de dados pelo receio que sua identidade seja revelada.
- O tempo necessário para a realização das entrevistas.

PREPARAÇÃO PARA A ENTREVISTA
- O planejamento da entrevista deve ter em vista o objetivo da pesquisa.
- Algum conhecimento prévio do entrevistado.
- Marcar com antecedência a hora e o local da entrevista.
- Assegurar ao entrevistado o caráter confidencial de suas informações
- Organização de um roteiro de questões que julga relevantes.

PARA UMA BOA ENTREVISTA
Contato inicial: conversa amistosa, explicando a finalidade da pesquisa, seu objeto, relevância e necessidade da colaboração por parte do entrevistado. O informante deve ficar à vontade e poder falar livremente sem tolhimentos de qualquer ordem. Isso não significa que o entrevistador perca o controle da entrevista.
Formulação de perguntas: fazer uma pergunta de cada vez.
Registro das informações: quando possível, anotá-las na hora da entrevista, para maior fidelidade das informações. Podem ser gravadas em caso de concordância por parte do entrevistado. O registro de gestos, atitudes, inflexões de voz, também são importantes.

2 QUESTIONÁRIO: constitui-se numa série ordenada de perguntas a alguém que devem ser respondidas por escrito sem a presença do entrevistador.

POSSIBILIDADES
- Economia de tempo e de pessoal.
- Atinge um grande número de pessoas simultaneamente.
- Respostas mais rápidas e mais precisas.
- Grande liberdade nas respostas em razão do anonimato.
- Tempo para responder em hora mais favorável.

DIFICULDADES
- Percentagem pequena de questionários que voltam.
- Grande número de perguntas sem respostas.
- Não pode ser aplicada a pessoas analfabetas.
- Impossibilidade de ajudar o informante em questões mal compreendidas.
- A devolução tardia prejudica o calendário ou a sua utilização.
- Nem sempre é o escolhido quem responde ao questionário.

PROCESSO DE ELABORAÇÃO DO QUESTIONÁRIO
As questões devem oferecer condições para a obtenção de informações válidas. Devem dar conta do objetivo geral e dos objetivos específicos.

CLASSIFICAÇÃO DAS PERGUNTAS:
Abertas: permitem ao informante responder livremente, usando linguagem própria, emitindo opiniões.
Fechadas: - dicotômicas: respostas entre duas opções. ( )sim ( ) não.
- tricotômica: três opções. ( )sim ( )não ( )não sei.
Múltipla escolha: são perguntas fechadas mas que apresentam uma série de possíveis respostas, abrangendo diferentes facetas do mesmo assunto.
a. Perguntas com mostruário: As respostas possíveis estão estruturadas com a pergunta, devendo o informante assinalar uma ou várias delas.
b. Perguntas de avaliação: Consistem em emitir um julgamento por meio de uma escala com vários graus de intensidade para um mesmo item. As respostas sugeridas são quantitativas e indicam um grau de intensidade crescente ou decrescente. Ex: a avaliação institucional.

3 OBSERVAÇÃO: consiste em obter informações de determinados aspectos da realidade a serem coletados mediante observações sistemáticas ou não por parte do pesquisador. Este pode manter uma atitude de não-participação em relação ao grupo observado como pode, também, integrar-se ao grupo observado, tornando-se um participante da realidade observada, interagindo com as pessoas observadas e com a própria realidade a ser observada.

POSSIBILIDADES
- Favorece um estudo mais direto e abrangente quando está em estudo uma ampla variedade de fenômenos;
- Permite o registro de atitudes, expressões, comportamentos... que também podem ser importantes para a compreensão do fenômeno estudado e que não seriam contemplados, por exemplo, num roteiro de entrevistas e/ou de questionários.

DIFICULDADES
- Possibilidade do observado em criar impressões (des)favoráveis no pesquisador;
- Dificuldade de presenciar todos os fatos que aconteçam num determinado grupo. É o caso, por exemplo, dos acontecimentos espontâneos/não-previstos e dos acontecimentos que acontecem simultaneamente.

4 LABORATÓRIO: consiste em obter, descrever e analisar informações de determinados aspectos da realidade a partir de situações controladas.

POSSIBILIDADE
Conhecimento mais exato

DIFICULDADE
Requer instrumental específico, preciso e ambiente adequado.
* Síntese a partir dos textos de:
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1999. p. 94-107.
______. Fundamentos de Metodologia Científica. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010. (p. 157-197).


Profª. Paula Severo

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